O Facebook anunciou nesta segunda-feira (2) que vai lançar uma ferramenta que permite aos usuários transferirem suas fotos e vídeos publicados na rede social para o Google Fotos e, posteriormente, para outras ferramentas online.
fonte: https://gizmodo.uol.com.br/facebook-ferramenta-transferir-fotos-google/
Em resumo, o destaque para essa matéria é que isso faz parte de um acordo maior com tudo dentro: o Google, Facebook, Apple, Microsoft, etc. O Data Transfer Project: https://datatransferproject.dev/
Lançado em 2018, open source, eles pretendem fornecer uma camada de serviço para interoperabilidade dos dados de usuários; Segundo eles, a decisão sera individual, mas pessoalmente tenho lá minhas dúvidas. E você?
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Interessante, @valessio!
Acho que a possibilidade de ter portabilidade dos seus dados pessoais em redes sociais é algo necessário há muito tempo. Somente assim podemos ter liberdade para levarmos os nossos dados para onde quisermos.
Por outro lado, vejo esse projeto com desconfiança, porque não acredito que as gigantes de tecnologia fariam ago que pudesse ameaçar a sua atual hegemonia.
Entendo que precisamos não apenas de interoperabilidade, mas de interoperabilidade adversária. Esse conceito, definido e defendido pelo escritor e ativista Cory Doctorow, implica em poder fazer um produto ou serviço funcionar junto com outro produto e serviço sem a cooperação explícita – muitas vezes oposição de fato – do produto ou serviço original.
Ele argumenta que o Facebook tomou o tamanho que tomou explorando a possibilidade de deixar o usuário entrar com a sua senha do MySpace e trazer para o Facebook todo o seu conteúdo e os seus contatos que estavam lá. Depois que o Facebook cresceu, ele “chutou a escada que usou para subir”: usou o Computer Fraud and Abuse Act para ameaçar de persecução criminal quem violasse os seus termos de serviço para fazer com o Facebook o mesmo que o Facebook fez com o MySpace.
Entendo que medidas como essa de portabilidade dos dados não serão efetivas enquanto permanecerem em vigor algumas dessas leis que são verdadeiras capturas regulatórias (CFAA, DMCA, Artigos 11 e 13 da Diretiva Europeia de Copyright, etc.) que hoje só servem para manter no topo as atuais gigantes e impedir a inovação tecnológica de novos Davis contra os atuais Golias.
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